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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ARACY SEM BABADOS NA ILHA DE PAQUETÁ



O Samba , a batucada e outras bossas.







Nesses tempos de vida corrida e uma avalanche de informações virtuais, redes sociais, convites, posts, eventos, é muito bom receber um convite de trabalho, aceitar esse convite e voltar pra casa com aquela sensação de que vale a pena acreditar e apostar nos projetos de pessoas que assim como nós da Rádio Viva o Samba, procuram preservar nossa cultura musical.


Acreditar nessas pessoas que bebem na fonte dos grandes nomes da nossa música e inspiram-se em suas criações e projetos.

Muitas vezes o que parece trabalhoso e quase impraticável é que nos traz a recompensa de poder estar entre pessoas que carregam aquele brilho no olhar e o coração cheio de esperança.

Como costumamos dizer, nem sempre o "valor" de um trabalho está no cachê recebido, mas sim na oportunidade de dividir  bons momentos com amigos e/ou fazer novos amigos e contatos.

A amiga e cantora Angélica Ventura nos convidou para um encontro na casa da produtora Ize Sanz na Ilha de Paquetá.

Saímos cedinho de Campo Grande, zona Oeste do Rio de Janeiro (que é uma "zona"). Pegamos ônibus, trem(lotado) perdemos a  barca das 11:30 h... Esperamos pacientemente pela das 13:00 h e enfim, chegamos ao nosso destino. Ufa!!! Foi trabalhoso!

Mas ao pisarmos na Ilha de Paquetá, tudo se transformou!

Caminhamos até o endereço da Ize e lá encontramos gente feliz!

O evento "ARACY SEM BABADOS" aconteceu movido pela vontade de ex-participantes do CENTRO POPULAR DE CULTURA ARACY DE ALMEIDA.

Em 19 de agosto a nossa Araca faria 101 anos e ali estavam pessoas sedentas por um bom papo e boa música.

Ainda se falou na exibição de um filme recém lançado sobre a cantora,  (preciso voltar para assistir) mas o sucesso do evento, a música, as comidinhas caprichosamente preparadas e o bom atendimento foram tão intensos que faltou tempo!

Quando a coisa é boa... O Tempo voa!

O pocket show da Angélica foi muito bacana e nos intervalos, ouvir Aracy de Almeida em gravações originais foi tudo de bom!

Isso sim é música para meus ouvidos!

E a vontade de ficar ali naquela ilha sem preocupação com o horário de volta para o continente aumentava mais e mais...

Mas eu não sabia o que estava por vir! rsrs

Eu e meu marido Luiz Carlos (Lucaco) caminhamos até a barca e, ao nos acomodarmos num cantinho perto da janela, vimos que chegava uma turma grande de um pessoal do subúrbio carioca, todos vestidos com camisas de São Jorge, cerveja na mão, sorriso franco e alegria estampada no rosto.

É!... O domingo foi dos bons!

E entre cabrochas e bons malandros... Logo alguém cantarolou um bom samba!

Um deles já incorporou o mestre sala mesmo sem música!

E foi aí que o Lucaco me olhou e perguntou:

"Vale a pena tocar o pandeiro?" rsrs

Eu prontamente apoiei e também peguei meu tamborim! 

E muito naturalmente o samba começou!

Em poucos minutos apareceu um músico com uma alfaia, tirando um som que nada ficou devendo a um surdo ou um tantã. Mérito do até então desconhecido por nós, produtor Cacau Amaral, de São Luis do Maranhão.

Ficamos os três ali tocando, quando de repente surge um cavaquinho, seguido de um afoxê...

Hummmm! tá ficando bom!!!

Mas ainda nos restava uma surpresa...

Com um largo sorriso e um pouco de timidez aparece o Eduardo(outro desconhecido) e seu trombone! Sim!!! Um trombone!

E a viagem de 1 hora e 10 minutos foi rápida!

Um samba puxava outro e a barca toda sambou e cantou!

Essa é a alegria de SER CARIOCA!

A barca atracou, o grupo se desfez... Cada um seguiu o seu caminho e pra nós restou a grata surpresa de conhecermos o grande Cacau Amaral ( que é ouvinte da Rádio Viva o Samba) , que nos presenteou com o CD Os Fuzileiros da Fuzarca, que em breve fará parte de nossa programação e a alegria de termos vivido momentos de muita descontração e alegria na volta para o continente.

Viva o Samba e viva o povo brasileiro! 

Não tenho um registro em vídeo ou fotos desse inusitado retorno, mas espero receber das irmãs Gracy Mary Moreira e Maria Olívia ( filhas de Bucy Moreira, que era grande amigo e parceiro de meu pai, o que nos dá a condição de primas de coração) que também estavam esbanjando alegria e samba no pé entre as cabrochas da barca Rio-Paquetá.


São nossas coisas... São coisas nossas!










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